Preocupado com o alto índice de uso de drogas atribuído em pesquisas recentes ao Rio Grande do Sul, o Poder Público de Soledade buscou alternativas para combater a drogadição. E, através de uma parceria com a Fundação Milton Campos, sediou no dia 16 de maio, o Seminário de Capacitação “Drogas Por Quê? Desafios para a Educação”, que tem como objetivo preparar profissionais para atuar na prevenção ao uso indevido de drogas lícitas e ilícitas por crianças e adolescentes. O evento, que tem apoio da SENAD – Secretaria Nacional de Políticas Sobre Drogas, foi realizado no Centro Cultural. Participaram 300 pessoas, entre elas diretores e coordenadores de escolas públicas, estaduais e municipais do ensino fundamental e médio, policiais militares, médicos, servidores da saúde, assistência social e entidades que agora atuarão como agentes multiplicadores em salas de aula ou comunidades. Os participantes receberam Certificados e kits contendo cartilhas da série “Por Dentro do Assunto” que abordam temas e formas de trabalhar assuntos como maconha, cocaína, álcool e inalantes. O Prefeito Gelson Renato Cainelli lamentou não poder participar, visto que cumpre agenda em Brasília, na XV Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios. "Como gestor e também servidor público, como pai e como pessoa, eu tenho o compromisso e a vontade de lutar contra a drogadição. Não pude realizar a capacitação mas estarei presente nas ações, junto aos agentes multiplicadores para que Soledade combata de forma efetiva o uso indevido, e abusivo, de drogas", afirmou. O Rio Grande do Sul é o sexto estado brasileiro a receber o seminário, que já passou pelos estados do Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais e Bahia e Ceará. Foram 28 cidades e 60 seminários realizados. Soledade é a terceira cidade gaúcha a sediar a iniciativa, depois de Santa Maria e Carazinho. As proximas edições estão agendadas para Lajeado no dia 18, Encantado no dia 23, Farroupilha no dia 25, Gramado no dia 29 e Canoas no dia 31 de maio. O evento Na Cerimônia de Abertura a mesa contou com as presenças do conselheiro da Fundação Milton Campos, Márcio Turra, do vice-prefeito, Luiz Carlos Vizzoto, do representante da Câmara de Vereadores, Hélio Quaresmim de Oliveira, dos secretários Municipais, Élia Piccoli Valendorff, Margarida Chitolina e Sérgio Antônio Pilatti. Também da coordenadora regional de educação, Celeste Regina Pedroso Teixeira, da conselheira do Conselho Municipal de Entorpecentes, Elana Batezini e da vice-presidente do Conselho Tutelar, Cenira Ceccon Fitz. Acompanhando o ato estiveram a Chefe de Gabinete, Maria Arlinda Daroit, a agente de prevenção do projeto, Marise Carrijo, membros do Administrativo Municipal, representatividades políticas regionais e membros de entidades, sociedade organizada e comunidade. Márcio destacou o objetivo do seminário: "Não viemos aqui com o propósito de combater o tráfico e nem declarar guerra as drogas, viemos a Soledade esclarecer o papel da escola e dos educadores na prevenção do uso de álcool e outras drogas e discutir as posturas mais adequadas para realizar o trabalho de forma confiante, crítica e eficaz". Já Élia abordou a importância da iniciativa: "É um projeto que valoriza o ser humano e temos a certeza de que é através da prevenção que temos que atacar. O investimento na formação dos professores é a garantia de se investir no ensino de qualidade de vida dos nossos alunos. A partir de hoje, Soledade passa a somar com mais 300 multiplicadores nessa corrente”. "O Executivo, a família, os educadores precisam somar forças" aletou Vizzoto acrescentando que "não podemos mais fugir da realidade e fechar os olhos para esse problema. Temos que encará-lo, enfrentá-lo, e no nosso munícipio, vamas fazer isso juntos". Após a abertura, tiveram início as atividades de capacitação ministradas pela coordenadora técnica do projeto e mestre em Educação, Helena Albertani, e pelas psicólogas Doralice Oliveira e Cecília Fallini. Números alarmantes Um levantamento realizado nas 27 capitais brasileiras com estudantes do ensino fundamental e médio (11 a 19 anos) da rede pública e privada de ensino mostrou que as principais drogas lícitas e ilícitas mais usadas são, nesta ordem, álcool, tabaco (cigarro), inalantes/solventes e maconha. A pesquisa mostrou também que os estudantes de Porto Alegre (e por extensão os do Rio Grande do Sul) consomem mais drogas do que a média brasileira, embora os padrões sejam variáveis dependendo da droga e da capital. Em relação ao consumo de álcool, enquanto a média nacional é de 60,5%, em Porto Alegre é 68,5%. Já no cigarro 16.9% é a média nacional, enquanto na capital gaúcha o índice é de 25,2%. A média nacional do consumo de maconha é 5.7% e em Porto Alegre 11,8%. Apenas no item inalantes Porto Alegre aparece com índice menor, de 6,4%, enquanto a média nacional é de 8.7%. Esses números fazem parte do VI Levantamento Nacional sobre o Consumo de Drogas entre Estudantes do Ensino Fundamental e Médio da Rede Pública e Privada nas Capitais Brasileiras. Foi concluído em 2010 pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas - CEBRID - que funciona no Departamento de Medicina Preventiva da Universidade Federal de São Paulo, em parceria com a SENAD. Por meio de questionário de auto-preenchimento, a pesquisa foi aplicada em 789 escolas, com 50.980 estudantes pesquisados, destes 31.280 da rede pública e 19.610 da particular.
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