Grupo de Trabalho Contra a Violência a Mulher realizou ação no Presídio Estadual de Soledade

---

Uma ação no Presídio Estadual de Soledade foi feita pelo Grupo de Trabalho Contra a Violência a Mulher na última quinta, dia 17 de março, onde ficou acordado com as detentas, a realização de um curso de pintura em panos. O curso será feito 2 vezes por mês e ministrado pela extensionista da Emater/RS-Ascar, Juliane Pires gratuitamente. A gestora da Coordenadoria da Mulher de Soledade, Jane Maria Ottoni entregou as detentas o kit necessário para a realização do curso, além de material de higiene para elas. A Comissão da Mulher Advogada, coordenada pela presidenta da OAB Subseção de Soledade, Carina Ruas Balestreri esteve participando da ação, onde anotaram as demandas das detentas para que o grupo possa realizar mais doações. No total são em torno de 10 detentas, sendo uma gestante. Participaram do encontro ainda a Emater, a Liga Feminina de Combate ao Câncer, o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, a assistente Social do Presídio, Thiene de Moura, a agente Ana Carolina Ranguetti e a presidenta do Conselho da Comunidade, Salete Canello. Este movimento realizado pelo GT Contra a Violência a Mulher é inédito no Município. A situação das mulheres presas hoje no país é gritante, o sistema carcerário brasileiro trata as mulheres exatamente como trata os homens. A luta diária dessas mulheres é por higiene e dignidade. Mais de 36.135 mulheres estão presas no Brasil, de acordo com dados do Ministério da Justiça de 2013; 22.666 é a capacidade do sistema; 13.469 em superlotação; 3.478 funcionários monitoram toda essa população; 647 estão presas em locais inadequados, como delegacias e cadeias públicas; 54% identificam-se como negras ou pardas; 747 são estrangeiras; 67% não completaram o ensino médio; 60% não têm parceiro em relação estável; 60% respondem por tráfico de drogas; 6% respondem por crimes violentos contra pessoas; 345 crianças vivem no sistema penitenciário brasileiro hoje; 4 a 8 anos é a média das penas cumpridas; 18 a 24 é a faixa etária mais comum; 0 é o número de rebeliões em todas as 80 penitenciárias femininas em 2013.