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Obras - Quinta-feira, 27 de Setembro de 2012

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Aluna da EMEF DR. José Atílio Vera é finalista da 3ª Olimpíada de Língua Portuguesa

Aluna da EMEF DR. José Atílio Vera é finalista da 3ª Olimpíada de Língua Portuguesa


Aluna da EMEF DR. José Atílio Vera é finalista da 3ª Olimpíada de Língua Portuguesa

Com o tema Minha Velha Terra, baseado nas memórias de seu pai Antônio Zimer Veiga da Conceição, a aluna da 7ª série da Escola Municipal de Ensino Fundamental Dr. José Atílio Vera, Kélen Veiga da Conceição, é finalista da 3ª Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro. Aproveitando esse espaço, a Secretaria Municipal de Educação Cultura e Desporto, juntamente com a direção e demais alunos da escola, parabenizam Kélem e também a professora Cristiane Anelise Maier, grande incentivadora e coordenadora dos trabalhos dos alunos por esta conquista. PARABÉNS KÉLEN! Confira abaixo o texto desenvolvido pela aluna.  Minha velha terra Ao fazer uma retomada da minha infância, e segundo meus próprios pais nasci e me criei no interior, em um lugarejo simples com algumas casas não muito perto uma das outras, lembro da igreja, que hoje é feita de material, e do pavilhão onde aconteciam as festas, os bailes e as comemorações. Todas muito animadas, as festas eram realizadas esporadicamente, no entanto marcantes para mim, claro que eu nunca ficava de fora. Lembro da simplicidade do antigo lugar, e do valor que era dado as pequenas coisas, e o quanto essas nos faziam felizes. Gostava de acordar pela manhã primeiro que todos da minha casa, só para ouvir o canto do galo e dos passarinhos, deles vinham o aviso a todos que o dia já estava nascendo, nunca me esqueci do canto doce do canarinho ou da bela sinfonia do bem-te-vi. Eu e meus irmãos brincávamos na beira da estrada, os meninos de bodoque, de carretão de quatro rodas, nas ladeiras dos cerros, e as meninas de boneca feita da espiga do milho, papai e mamãe brigavam com elas por tirarem as espigas ainda verdes do pé. Mas não era só brincadeira não, no verão na época do plantio, tínhamos arroz, feijão, soja, trigo, tudo plantado e colhido por nós, nosso sustento era tirado dali, da terra, o milho quando estava bom de colher era debulhado e moído no velho moinho de pedra, para fazer quirera. No inverno, nós nos esquentávamos no fogo de chão em um pequeno galpãozinho feito de madeira lascada, e às vezes batata doce era assada em um forno que fora feito a mão, e que ficava ali ao lado. Como não esquecer também da cozinha que morávamos feita de madeira com seu telhado de tábua. Seus móveis eram feitos a mão, menos o fogão que era de ferro, em alguns momentos saía um pinhão assado na chapa, juntamente com um bom cafezinho. Também nos acompanhava um velho radinho a pilha, por onde eu escutava minhas músicas e os noticiários. Apesar de simples, aquela cozinha escondidinha atrás das árvores era meu palácio, no entanto hoje não existe mais. Quando a noite vinha surgindo o canto das aves era substituído pela melodia dos grilos que pareciam estar tocando sempre a mesma nota.    Às vezes quando amanhecia eu ia até a horta para ver se algum animal havia estado por lá, tínhamos de tudo, desde aos deliciosos morangos as saladas como couve-flor e alface. Havia também um pomar, porém sempre que eu podia, ia até o do nosso vizinho para comer pitangas, subir nas árvores e tirar as laranjas, fazia tudo isso somente para atormentar o coitado, que quando me via saía correndo atrás. Bons tempos aqueles... Nos fins de semana era só festa, os trabalhadores se reuniam, para contar e tocar viola, e eu assistia a tudo maravilhado com as músicas que eles cantavam, sempre prestando atenção nas letras e melodias. Mas bom mesmo era o tempo de escola, nossas aulas algumas vezes eram realizadas no gramado olhando a natureza, a gurizada se reunia para fazer versos para então declamarem na sala de aula. E como toda e qualquer criança não dispensava uma bagunça. Só tinha uma coisa que não gostava e que me deixava angustiado, eram as tormentas, lembro bem desses momentos, pois vinham recheadas de trovões que faziam eco, pior que o estampido da espingarda de meu pai em dia de caça. Os relâmpagos clareavam o céu, que depois da chuvarada, ficava limpinho como o rio quando a água está serena. Porém hoje apesar de eu ainda permanecer no mesmo lugar, tudo se tornou diferente, novas casas e estradas foram feitas. Meus irmãos foram embora para cidade e aqui só eu fui ficando, e com o passar dos anos me apegando cada vez mais a tudo que vivi e que ainda estou vivendo. Hoje carros vêm e vão, já antes o que vinha e o que ia eram apenas as carroças puxadas pelos bois, e estas carregadinhas de pasto para os animais. Eu tive que me acostumar a todas essas mudanças, e daqueles dias só restou uma coisa, a qual se resume em uma única palavra, saudades. Saudades da minha infância e do meu antigo pequenino lugar no interior de Soledade, no estado do Rio Grande do Sul. Há o que me console que é o fato de que essas lembranças não ficarão apenas arquivadas no álbum da família, e sim também em minha memória                                                                                         Kélen Veiga da Conceição 

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